Saúde Animal

Indústria de ovos no Brasil se prepara para adotar tecnologia de sexagem in-ovo e atender demanda por produção ética

Empresas brasileiras do setor de avicultura já manifestaram interesse e assumiram compromisso com a adoção da tecnologia de sexagem in-ovo, que identifica o sexo do embrião antes da eclosão, eliminando a necessidade do descarte de pintinhos machos — prática historicamente questionada por motivos éticos e de bem-estar animal


Publicado em: 22/05/2025 às 08:00hs

Indústria de ovos no Brasil se prepara para adotar tecnologia de sexagem in-ovo e atender demanda por produção ética
Empresas aguardam viabilidade comercial da tecnologia

Grupos como Planalto Ovos, Grupo Mantiqueira e Korin já declararam publicamente que pretendem implementar a tecnologia assim que ela estiver economicamente viável e comercialmente disponível no Brasil. O método, que já é utilizado em países da Europa e nos Estados Unidos, é visto como um avanço essencial para tornar a produção de ovos mais ética e sustentável.

Rejeição ao descarte de pintinhos e apoio à nova tecnologia

Uma pesquisa nacional, conduzida pela Innovate Animal Ag, entrevistou 1.553 consumidores brasileiros e revelou ampla aceitação da inovação:

  • 73% dos entrevistados se disseram desconfortáveis com o descarte de pintinhos machos;
  • 79% demonstraram interesse em consumir ovos produzidos com a tecnologia de sexagem in-ovo;
  • 76% afirmaram que estariam dispostos a pagar mais por esses produtos;
  • Em média, os consumidores aceitariam pagar R$ 3,87 a mais por dúzia de ovos.
Impacto da prática atual e busca por alternativas

Atualmente, cerca de 100 milhões de pintinhos machos são descartados anualmente no Brasil, por não terem valor econômico na produção de ovos ou carne. O impacto dessa prática no bem-estar animal tem sido motivo de discussões e projetos de lei, como o PL 256/2021, em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo, que propõe proibir o descarte de pintinhos recém-eclodidos.

Funcionamento da sexagem in-ovo

A sexagem in-ovo permite identificar o sexo do embrião ainda no ovo, possibilitando a destinação alternativa para ovos com embriões machos, antes que eles se desenvolvam completamente.

Estudos conduzidos pela Universidade da Califórnia, Davis, em parceria com a Sensit Ventures Inc., mostraram os avanços da técnica, que se baseia na detecção de compostos químicos voláteis emitidos pelos embriões durante a incubação:

  • Não invasiva, sem necessidade de abertura dos ovos;
  • Alta precisão, com taxa de acerto de 97% após apenas dois minutos de análise;
  • Utiliza ventosas para coleta dos compostos e análise por cromatografia gasosa e espectrometria de massas.
Oportunidade estratégica para o setor

Segundo Robert Yaman, CEO da Innovate Animal Ag, a receptividade dos consumidores brasileiros abre uma oportunidade estratégica para os produtores que desejam se destacar no mercado:

“Essa pesquisa revela uma real oportunidade de negócio para produtores de ovos inovadores que desejam capturar essa demanda crescente por produtos mais éticos e a preços íveis — tudo isso aumentando a confiança dos consumidores.”

A Iniciativa MIRA, que também apoia a adoção da tecnologia, reforça seu papel como um marco importante na transição para uma produção animal mais responsável.

Próximos os

O relatório completo da pesquisa está disponível para veiculação exclusiva, e a Innovate Animal Ag se coloca à disposição para entrevistas e para intermediar o contato com empresas e produtores engajados na implementação da tecnologia.

A chegada da sexagem in-ovo ao mercado brasileiro representa não apenas um avanço em bem-estar animal, mas também um movimento estratégico para empresas que buscam inovar e se posicionar na linha de frente da produção de alimentos mais ética e sustentável.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias