Publicado em: 22/05/2025 às 11:40hs
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) está em alerta diante da confirmação do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Brasil. O caso foi registrado em uma propriedade no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Até então, os registros da doença no país se limitavam a aves silvestres e de criação doméstica, o que torna essa ocorrência um marco preocupante na evolução do vírus no território nacional.
Desde 2022, mais de 4.700 surtos de gripe aviária altamente patogênica foram notificados em países da América Latina e do Caribe. A doença tem afetado diferentes espécies, incluindo aves de criação, aves migratórias, mamíferos marinhos e até animais de estimação.
A disseminação do vírus segue as rotas naturais das aves migratórias, conectando ecossistemas desde o Canadá até a Terra do Fogo, ampliando o risco de contaminação entre diferentes espécies e regiões.
Além de ameaçar a saúde das aves, a gripe aviária tem gerado preocupações pelo seu potencial de transmissão para seres humanos e pelas consequências para os sistemas alimentares, a biodiversidade e a saúde pública.
Segundo o Representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, o consumo de carne de frango e ovos continua seguro, especialmente quando os alimentos são bem cozidos. Ele destacou que o risco de infecção humana ainda é considerado baixo.
Jorge Meza enfatizou a importância de reforçar os sistemas nacionais de vigilância, biossegurança e resposta rápida, com foco especial nos pequenos e médios produtores.
Ele também destacou a necessidade de adotar a abordagem de “Uma Só Saúde”, que considera de forma integrada as relações entre a saúde animal, humana e ambiental. Segundo Meza, essa visão é fundamental para conter a propagação do vírus.
A FAO tem trabalhado com os países da América Latina e do Caribe no combate à gripe aviária, oferecendo e em ações de prevenção, diagnóstico e controle. Em 2023 e 2024, a Organização colaborou na contenção de mais de 440 surtos de doenças transfronteiriças, incluindo a IAAP, em mais de 50 países.
Esse trabalho é realizado em parceria com os governos locais, por meio de investimentos em capacitação de profissionais da área veterinária, aprimoramento dos sistemas de alerta precoce e articulação entre diferentes setores.
Nos últimos meses, países como Argentina, Colômbia, México, Panamá, Peru e Porto Rico também anunciaram casos da doença.
A FAO destaca que apenas uma ação conjunta e coordenada entre todos os países das Américas poderá conter o avanço da gripe aviária no continente.
Proteger a saúde animal, preservar a saúde pública e garantir a segurança dos sistemas agroalimentares dependem de esforços colaborativos e contínuos por parte dos governos, produtores e instituições internacionais.
Fonte: Portal do Agronegócio
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