Publicado em: 21/05/2025 às 11:50hs
O primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial brasileira trouxe um desafio urgente para os exportadores de carne de frango. Países como a China já anunciaram que não aceitarão cargas brasileiras que estejam em trânsito nos navios rumo ao destino, conforme informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta terça-feira.
Ricardo Santin, presidente da ABPA, explicou que a rejeição das cargas dependerá da data de embarque, podendo variar entre 14 e 28 dias antes da confirmação do surto. Essa decisão fica a critério dos serviços veterinários oficiais dos países importadores, o que gera incertezas para as empresas exportadoras.
Empresas como BRF e JBS enfrentam agora custos logísticos extras e a preocupação com a extensão dos embargos comerciais decorrentes da emergência sanitária. O Brasil é responsável por 39% das exportações globais de carne de frango, o que ressalta o impacto dessa situação para o setor.
Santin apontou que há possibilidade de flexibilização das restrições para cargas em trânsito, principalmente se a mercadoria tiver origem em regiões distantes do foco do surto, registrado no Rio Grande do Sul. Contudo, ele destacou que essa medida dependerá de negociações entre os países envolvidos.
Além da China, México e Chile também devem rejeitar as cargas brasileiras, seguindo os protocolos sanitários vigentes para surtos de gripe aviária. Essas regras visam controlar a disseminação da doença e garantir a segurança alimentar.
Ainda segundo Santin, é difícil estimar as perdas causadas pelas restrições, pois o alcance e duração dos embargos variam conforme os protocolos sanitários e as negociações com os importadores. Alguns adotam proibições regionais ou locais, enquanto outros suspendem as exportações de todo o país.
De acordo com os protocolos, o Brasil suspendeu a emissão de certificados sanitários para exportações destinadas a países como China, União Europeia e África do Sul. Por outro lado, mercados como Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita adotam medidas menos rígidas, aplicando proibições regionais.
O presidente da ABPA ressaltou que as empresas exportadoras são responsáveis por lidar com as cargas devolvidas e têm a opção de redirecionar algumas remessas para outros mercados, buscando minimizar os impactos financeiros.
Fonte: Portal do Agronegócio
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