Na mesma semana em que o Rio Grande do Sul comemorou cinco anos da retirada da vacinação contra a febre aftosa, o Estado também registrou um alerta sanitário: o primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) foi confirmado em uma granja comercial no município de Montenegro (RS). Enquanto um fato representa avanço sanitário, o outro acende o sinal de alerta sobre a necessidade de reforçar a estrutura de fiscalização agropecuária no Estado.

Afagro alerta para necessidade de novos concursos e valorização dos fiscais

Diante do novo cenário, a Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) voltou a destacar a urgência de valorizar os servidores da área e realizar um novo concurso público. Entre 2019 e 2024, o Estado perdeu 52 fiscais agropecuários: 40 por exoneração e 12 por aposentadoria. Para 2025, outras 23 saídas já estão confirmadas, com a aprovação desses profissionais em concurso do Ministério da Agricultura.

Preocupação vai além da reposição de pessoal

A Afagro ressalta que a preocupação não se limita à reposição do quadro funcional. A permanência, motivação e valorização dos fiscais em atividade também são pontos críticos. Mesmo após a recente reestruturação das carreiras, que trouxe avanços pontuais, ainda há deficiências importantes, como a falta de regulamentação das horas extras e a ausência de compensação para trabalhos realizados fora do expediente.

Fiscalização fortalecida é fundamental para evitar novos surtos

O caso da IAAP em Montenegro evidencia o papel estratégico da fiscalização agropecuária na prevenção e contenção de surtos sanitários. A manutenção de um corpo técnico qualificado e motivado, segundo a Afagro, é essencial para proteger a produção agropecuária gaúcha e garantir a segurança sanitária dos alimentos, especialmente em um Estado com forte vocação exportadora no setor.

Necessidade de ação imediata

A confirmação do foco de influenza aviária e o cenário de evasão de profissionais reforçam a necessidade de medidas urgentes por parte do governo estadual. A Afagro reforça que a defesa agropecuária precisa ser tratada como prioridade estratégica, com investimentos contínuos em pessoal, infraestrutura e condições de trabalho adequadas para os fiscais agropecuários.