Publicado em: 22/05/2025 às 10:50hs
O mercado de milho permanece travado em diversas regiões do país, reflexo de uma combinação entre oferta limitada, resistência dos produtores em ceder nos preços e incertezas sanitárias. No Rio Grande do Sul, por exemplo, mesmo com as indicações de compra se mantendo firmes, as negociações estão paradas. Segundo a TF Agroeconômica, os preços oferecidos aos produtores variam entre R$ 66,00 e R$ 69,00 em municípios como Santa Rosa, Ijuí, Marau, Gaurama, Seberi, Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. As pedidas para o mês de maio oscilam de R$ 65,00 a R$ 70,00, com os vendedores mostrando forte resistência a baixar os valores.
Em Santa Catarina, mesmo com uma safra considerada histórica, o ritmo das negociações segue lento. No porto, os preços permanecem em R$ 72,00 por saca para entrega em agosto, com pagamento em 30 de setembro, e R$ 73,00 para entrega em outubro, com pagamento em 28 de novembro. As cooperativas têm praticado valores entre R$ 69,00 e R$ 71,00 em regiões como Papanduva, Campo Alegre, o Oeste e a Serra catarinense.
O Paraná também apresenta um mercado travado, embora haja movimentação com ofertas de milho vindo do Rio Grande do Sul e de produto importado, que já está sendo revendido dentro do estado. Nos Campos Gerais, o milho disponível para entrega imediata tem sido negociado a R$ 76,00 por saca (FOB), com produtores tentando fechar a R$ 80,00. Para entrega em junho, com pagamento ao fim do mês, as negociações estão por volta de R$ 73,00 (CIF), voltadas principalmente à indústria.
No Mato Grosso do Sul, o mercado também continua travado, com pouca oscilação nos preços. Em Dourados, Campo Grande e Caarapó, a saca está sendo negociada a R$ 58,00. Maracaju registra R$ 57,00; Chapadão do Sul e São Gabriel do Oeste, R$ 55,00; Sidrolândia e Ponta Porã, R$ 56,00. Fora do estado, os preços são mais elevados: em Pagua, a saca chega a R$ 68,00, enquanto no porto de Santos atinge R$ 68,50 — refletindo a diferença entre o mercado interno e o potencial de exportação.
Apesar da lentidão do mercado físico, os preços do milho avançaram nas bolsas de valores, impulsionados pelo chamado “mercado climático”. Na B3, os contratos futuros encerraram o dia em alta, refletindo preocupações com geadas na Rússia e Ucrânia, alagamentos nos Estados Unidos e Argentina, além do risco de frio intenso no Centro-Sul do Brasil.
Os destaques do dia na B3 foram:
Na Bolsa de Chicago, os contratos também subiram. O contrato de julho — referência para a safra brasileira de verão — fechou com alta de 1,43% ou 6,50 cents/bushel, cotado a US$ 461,00. Outro contrato de julho teve alta de 1,72% ou 7,50 cents/bushel, a US$ 442,75.
A valorização global do milho é resultado de uma conjunção de fatores climáticos adversos e incertezas na produção de países como China e Rússia. Além disso, os atrasos no plantio na região central dos Estados Unidos, devido ao excesso de chuvas, e a previsão de clima seco em estados-chave produtores norte-americanos, contribuíram para manter os preços em trajetória de alta no mercado internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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