Publicado em: 21/05/2025 às 17:30hs
A recente onda de tarifas comerciais anunciada pelo governo dos Estados Unidos, apelidada de "tarifaço", intensificou a tensão no comércio internacional. Segundo Cassio Zeni, cofundador e Diretor de Relações com Investidores da Rubik Capital, a postura protecionista do presidente Donald Trump provocou incertezas no cenário global, levando investidores e países a buscarem alternativas para minimizar os impactos das novas taxas.
As medidas adotadas pelos EUA trouxeram desafios para diversas nações, como o aumento da pressão sobre a infraestrutura logística, riscos de sobrecarga em determinados setores e maior exposição à volatilidade dos preços. Diante da imprevisibilidade do mercado americano, muitos compradores aram a evitar esse destino, o que causou oscilações na oferta e demanda global de produtos.
Em razão dessas incertezas, investidores — especialmente brasileiros — aram a observar os EUA com mais cautela, principalmente em setores como manufatura e comércio exterior, que agora enfrentam maior risco regulatório. Por outro lado, áreas menos afetadas pela política comercial, como tecnologia, saúde e inovação, continuam despertando interesse.
Apesar das preocupações, o mercado americano ainda mantém características atrativas, como liquidez, profundidade e segurança jurídica. No entanto, a diversificação de investimentos ou a ser vista como uma estratégia essencial, envolvendo diferentes mercados e moedas.
Dentro desse novo contexto, o Brasil tem se destacado como uma opção viável para alocação de recursos. A combinação de juros globais baixos, dólar valorizado e perspectivas de reformas internas atraiu a atenção de investidores internacionais para ativos brasileiros.
Além disso, em momentos de instabilidade mundial, países com recursos naturais abundantes, grande mercado interno e potencial de crescimento de longo prazo tendem a ganhar relevância — características que favorecem a economia brasileira.
Setores voltados à exportação, como agronegócio e mineração, se beneficiaram com o novo cenário, especialmente na venda de produtos como soja, milho, carne, açúcar, minério de ferro e petróleo. O interesse internacional por investimentos em infraestrutura logística no Brasil, incluindo portos e ferrovias, também cresceu.
Por outro lado, segmentos que dependem de insumos importados, como o setor automotivo e de tecnologia, enfrentaram dificuldades devido ao aumento dos custos e à complexidade das importações. Isso evidencia lacunas estruturais que o Brasil precisa superar para aumentar sua competitividade.
Segundo Zeni, o Brasil tem potencial para crescer diante desse novo cenário global, desde que avance em reformas estruturais, melhore a eficiência do Estado e garanta estabilidade institucional. Investir em logística e inovação é fundamental para reduzir riscos nas commodities e diminuir a dependência de fornecedores externos.
Buscar acordos comerciais com mais países e assegurar previsibilidade nas regras também são os estratégicos. Considerando que Donald Trump pode permanecer no poder até 2028, é provável que os Estados Unidos mantenham políticas que intensifiquem disputas comerciais.
Nesse contexto, o Brasil tem a chance de se posicionar como um destino confiável para investimentos e parcerias, atraindo capital e promovendo crescimento sustentável. A forma como o país conduzirá suas decisões nos próximos anos será determinante para o fortalecimento de sua economia e para garantir bons retornos aos investidores.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias