Publicado em: 20/05/2025 às 11:10hs
A comercialização da soja segue moderada no Brasil, com variações significativas de preço entre os estados e baixa liquidez no mercado. A instabilidade nas cotações internacionais, aliada à queda nos prêmios de exportação e ao elevado custo logístico, tem freado as negociações, mesmo com a safra praticamente colhida em várias regiões.
O mercado gaúcho apresentou retração nos preços. No porto, a saca para entrega em maio e pagamento no dia 30 foi negociada a R$ 132,00, uma queda de 2,22%, segundo a TF Agroeconômica. No interior do estado, os preços para as fábricas ficaram em R$ 130,00 nas cidades de Cruz Alta, o Fundo e Ijuí. Em Santa Rosa/São Luiz, o pagamento está previsto para meados de junho. Já os preços de pedra, em Panambi, recuaram para R$ 120,00 a saca ao produtor.
A colheita da safra 2024/25 está praticamente concluída, beneficiada pelo clima seco. No entanto, o mercado segue travado. Os preços oscilam entre R$ 125,00 e R$ 132,49 por saca, com o porto de São Francisco registrando o maior valor, apesar de uma leve queda de 0,02%.
A comercialização continua moderada, com oscilações nos preços ao longo da semana, influenciadas pelo mercado internacional e pela oferta interna. Em Paranaguá, a saca foi cotada a R$ 126,90. Em Cascavel, caiu para R$ 115,05 (-8,90%). Em Maringá, o valor foi de R$ 115,47; em Ponta Grossa, R$ 114,24 FOB e R$ 130,00 no balcão; e em Pato Branco, o maior valor: R$ 132,52.
A safra foi finalizada com bom volume, mas a rentabilidade ficou abaixo do esperado, com média de apenas 8%. As perdas foram causadas por estresse hídrico e calor excessivo no sul e centro-sul do estado. Os preços do dia registraram R$ 115,74 em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia (com alta de 2,23% nessas três últimas localidades), e R$ 111,34 em Chapadão do Sul.
A comercialização permanece lenta, pressionada pelos preços instáveis e pelos altos custos logísticos. O frete de Sorriso até o porto de Santos chegou a R$ 330 por tonelada. Os preços por saca foram: Campo Verde (R$ 114,59), Lucas do Rio Verde (R$ 122,51), Nova Mutum (R$ 122,51, com alta de 15,07%), Primavera do Leste (R$ 114,59), Rondonópolis (R$ 114,59) e Sorriso (R$ 108,52).
No cenário internacional, os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a segunda-feira (19) com leve valorização. A alta foi sustentada, principalmente, pelo desempenho do milho, do trigo e do óleo de soja.
O contrato de julho, referência para a safra brasileira, subiu 0,07%, fechando a US$ 1.050,75 por bushel. Já o contrato de agosto valorizou 0,14%, cotado a US$ 1.047,75 por bushel.
Os subprodutos da soja tiveram comportamentos distintos. O farelo para julho recuou 0,27%, encerrando a US$ 291,10 por tonelada curta. Já o óleo de soja registrou alta de 1,04%, atingindo US$ 49,44 por libra-peso.
A valorização do óleo de soja foi impulsionada por fatores macroeconômicos e políticos nos Estados Unidos, principalmente pela aprovação, no Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes, do projeto de lei “Big and Beautiful”. A proposta, anteriormente rejeitada, prevê a extensão dos créditos fiscais 45Z até 2031 para produtores de combustíveis de baixo carbono, como o biodiesel — o que eleva a demanda por óleo de soja. O texto segue agora para o Comitê de Regras e, depois, para votação no plenário, com expectativa de aprovação ainda nesta semana.
Outro fator que trouxe e aos preços foi o registro de fortes chuvas na Argentina. Apesar da recente elevação na estimativa da safra local pela Bolsa de Rosário, o excesso de precipitação pode comprometer parte das lavouras, aumentando a incerteza e contribuindo para a valorização das cotações globais.
Fonte: Portal do Agronegócio
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