Publicado em: 20/05/2025 às 13:40hs
O mercado mundial de café apresenta expectativas distintas para as variedades arábica e conilon/robusta na safra 2025/26, conforme relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) nesta segunda-feira (19). Enquanto a produção de café arábica deve registrar queda nas maiores regiões produtoras, o conilon mostra um panorama mais favorável, especialmente por condições climáticas positivas nas áreas de cultivo.
O USDA estima que a produção total de café no Brasil para a safra 2025/26 alcance 65 milhões de sacas de 60 kg, representando um aumento modesto de 0,5% em relação à temporada anterior. Contudo, esse crescimento esconde diferenças importantes entre as duas principais variedades cultivadas no país.
A safra de café arábica no Brasil está projetada em 40,9 milhões de sacas, uma queda de 6,4% em comparação ao ano anterior. A retração é explicada pelo ciclo bienal da cultura, que naturalmente alterna anos de produção maior e menor, agravado por condições climáticas desfavoráveis ao longo de 2024, especialmente em Minas Gerais, uma das regiões mais importantes para a variedade.
Diferentemente do arábica, o café conilon (ou robusta) deve apresentar aumento de 15% na safra, alcançando 24,1 milhões de sacas, ante 21 milhões previstas para 2024. A expansão está relacionada ao clima favorável em regiões como Espírito Santo e Bahia, que proporcionaram uma floração eficiente e grande quantidade de frutos. Apenas Rondônia apresentou impacto negativo, ainda que leve.
A Colômbia, outro grande produtor mundial de café arábica, deve registrar uma redução de 5,3% na produção, com estimativa de 12,5 milhões de sacas para a safra 2025/26. Chuvas intensas durante o ciclo prejudicaram a maturação das flores, afetando negativamente o volume da colheita.
Para a variedade conilon/robusta, o cenário internacional é mais positivo. O Vietnã, maior produtor mundial de robusta, deve aumentar sua produção para 31 milhões de sacas em 2025/26. O crescimento é motivado pelos altos preços no mercado, que incentivaram os produtores a investir em manejo e insumos para a cultura. A Indonésia também projeta crescimento de 5% na safra, chegando a 11,3 milhões de sacas.
O relatório do USDA evidencia um momento desafiador para o café arábica, marcado por oscilações climáticas e o ciclo bienal da planta, mas ao mesmo tempo reforça o potencial de crescimento do conilon, graças a condições ambientais favoráveis e ao interesse crescente dos produtores em ampliar a produção dessa variedade. O cenário reforça a importância da diversificação na cafeicultura global para garantir oferta estável e atender à demanda crescente.
Fonte: Portal do Agronegócio
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