Publicado em: 16/05/2025 às 08:30hs
De acordo com o diretor comercial da Allbiom, Wladimir Crancianinov, o principal desafio da nova legislação está na ausência de normas claras sobre a produção de bioinsumos. Ainda não se sabe exatamente quem poderá produzi-los, sob quais condições e com quais exigências de segurança. Essa indefinição indica que o debate regulatório será intenso ao longo de 2025.
Segundo Crancianinov, três aspectos centrais deverão ocupar a pauta do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) nos próximos meses:
Um dos principais imes está na falta de padrão sobre os métodos de produção on farm. Enquanto alguns produtores utilizam caixas d’água, outros optam por biorreatores industriais. O setor aguarda a definição de um modelo oficial que evite contaminações e assegure a concentração mínima de microrganismos necessária para aplicação em campo.
Outro ponto sensível é a definição da capacitação necessária para os operadores dos bioinsumos. Será exigido algum curso ou formação técnica específica? A preocupação é que, caso as exigências sejam excessivas, o setor enfrente escassez de mão de obra qualificada, comprometendo a produção.
No que diz respeito à qualidade dos produtos, o consenso é de que o inóculo de microrganismo isolado é a base mais segura e eficaz para iniciar a produção de bioinsumos. No entanto, práticas alternativas vêm sendo adotadas por alguns produtores, o que reforça a necessidade de padronização técnica para garantir resultados consistentes.
Nos últimos anos, houve uma divergência entre as indústrias de bioinsumos e os produtores rurais que optam por fabricar os insumos em suas propriedades. As empresas temiam perder espaço no mercado formal, com impacto nas vendas de produtos registrados. Contudo, esse cenário vem mudando.
Atualmente, muitas indústrias têm investido em inovação e produtos biológicos de alta tecnologia, classificados como especialidades, enquanto os produtores buscam capacitação e conhecimento técnico para aprimorar suas produções on farm.
Apesar dos desafios, Crancianinov acredita que há um movimento crescente de convergência entre indústria e campo, o que fortalece o setor de bioinsumos e contribui para uma agricultura brasileira mais sustentável, produtiva e tecnologicamente avançada.
Fonte: Portal do Agronegócio
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